Nasim Abu Ajina era um dos comandantes do ataque contra o território israelense, segundo comunicado militar
As tropas israelenses avançaram ainda mais em Gaza nesta terça-feira, conduzindo tanques e escavadeiras blindadas através dos escombros de edifícios destruídos e caçando terroristas do Hamas, que realizaram o pior ataque da História de Israel. O Exército afirma ter atingido 300 alvos na quarta noite de operações terrestres em Gaza, sob o fogo antitanque e de metralhadoras do grupo terrorista, e confirmou a morte de Nasim Abu Ajina, um dos comandantes do ataque do último dia 7.
Imagens do Exército divulgadas nesta terça-feira mostraram soldados, que também procuram libertar pelo menos 240 reféns, avançando por uma paisagem devastada, com edifícios reduzidos a uma confusão de pedra e metal retorcido após semanas de bombardeios israelenses.
O Exército anunciou que os seus caças bombardearam o centro de comando do batalhão Beit Lahia, no norte de Gaza, e matou Ajina. Segundo um comunicado militar, o comandante do Hamas também liderava o aparelho aéreo do grupo terrorista, incluindo a fabricação de drones.
A resposta de Israel já matou até agora mais 8,525 mil pessoas do lado palestino, segundo o Ministério da Saúde de Gaza, muitas delas menores de idade. Imagens tiradas por repórteres da AFP em Gaza mostraram pessoas vasculhando os escombros em uma busca desesperada por sobreviventes e rezando pelos corpos dos mortos, envoltos em mortalhas brancas.
Nesta terça, o Hamas disse que seus militantes dispararam misseis antitanque contra forças de Israel, atacando dois tanques e outros veículos no noroeste de Gaza. As informações foram divulgadas pela agência Reuters, que não conseguiu confirmar os relatos de forma independente.
Um dia antes, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, rejeitou os crescentes apelos internacionais por um cessar-fogo. Em discurso, o premier disse que interromper as operações agora seria uma “rendição” ao grupo terrorista responsável por ataques brutais a casas, fazendas e vilarejos israelenses que mataram cerca de 1.400 pessoas.
Mas o custo humanitário provocou uma reação global: ONGs e as Nações Unidas insistem que tempo está se esgotando para muitas das 2,4 milhões de pessoas que ainda estão no território, sem acesso a alimentos, água, combustível e medicamentos
Nos hospitais de Gaza, cirurgiões estão realizando amputações e outras operações sem anestesia, e as crianças são forçadas a beber água salgada, disse Jean-François Corty, vice-presidente dos Médicos Sem Fronteiras (MSF), que tem 20 funcionários no local. Rizk Abu Rok, um paramédico de 24 anos do Crescente Vermelho Palestino, contou à AFP que chegou ao local de um ataque em um café onde encontrou seu pai e vários outros parentes mortos.
— Ele tinha um ferimento na cabeça. Soube imediatamente que ele estava morto — contou. — Eu desmaiei e perdi a coragem. As enfermeiras me levaram para fora para me acalmar.
Israel acusou o Hamas de usar hospitais como quartéis-generais militares e civis como “escudos humanos”, acusações que os militantes rejeitam como propaganda “infundada”.
A incursão terrrestre obteve uma vitória antecipada na segunda-feira: o resgate da soldado Ori Megidish, que se encontrou com sua família e forneceu "inteligência para usar em operações futuras", disse o porta-voz do Exército Jonathan Conricus.
Fonte: O GLOBO
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