Evento protagonizado por Michelle foi alvo de críticas; ex-primeira-dama é vista como autocentrada, voltada para projeto próprio e solicita recursos demais para o partido
No PL, a insatisfação com a ex-primeira-dama é crescente. Um dos motivos são os sucessivos pedidos de dinheiro que Michelle faz ao partido para despesas de seus eventos e atividades. Segundo parlamentares, os custos com a ex-primeira-dama têm sido superiores àqueles com Bolsonaro.
Até o momento, o partido não tem negado as solicitações a Michelle, por acreditar que, em 2024, o ex-presidente estará preso e ela será o principal cabo eleitoral nas eleições municipais.
Na família o climão impera, especialmente, com Carlos Bolsonaro. O vereador nunca teve boa relação com a madrasta e o caldo entornou de vez na eleição de 2022.
O evento do PL Mulher protagonizado por Michelle em Brasília, no sábado, foi alvo de críticas de membros da cúpula da legenda, do clã Bolsonaro e de aliados na família. A avaliação é que a ex-primeira-dama monopolizou o ato com propagandas pessoais e deixou pouco espaço para outras pessoas, como a deputada federal Bia Kicis, um das lideranças do PL no Distrito Federal, e o próprio Bolsonaro, que discursou por aproximadamente cinco ministros.
Para os presentes, ficou claro que o plano da ex-primeira-dama é se candidatar à Presidência em 2026. O discurso de Michelle foi marcado por críticas ao governo Lula e exaltação da própria trajetória, como mulher “simples” que “semeou o bem” nos serviços comunitários que fez ao longo da vida.
O caso das joias foi ignorado por Michelle, que se limitou a dizer que ela e o marido sofrem “assassinato de reputação”. Como informou a coluna, a ex-primeira-dama passou a ser criticada pelo entorno de Bolsonaro e membros da defesa do casal pela postura que adotou em relação à investigação da Polícia Federal, com ironias sobre o caso.
Fonte: O GLOBO
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