Atletas afirmam que mudança estrutural é insuficiente se pessoas de confiança dos ex-cartolas permanecerem em cargos
As 23 campeões mundiais pela Espanha na Copa do Mundo Feminina mantiveram a posição de não voltar à seleção nacional mesmo após a renúncia do agora ex-presidente da Real Federação Espanhola de Futebol Luis Rubiales, investigado por forçar um beijo na atacante Jenni Hermoso durante a premiação do torneio, e a troca do treinador Jorge Vilda. As atletas citam "insuficientes mudanças estruturais" num ofício enviado à RFEF nesta sexta-feira.
De acordo com o jornal "Marca", trata-se de "uma decisão firme, unânime e consensual". Elas alegam que a promessa de mudança do ente federativo não pode ocorrer se pessoas de confiança de Rubiales permanecerem em seus cargos.
As jogadoras chegaram a um consenso durante reunião realizada na noite desta quinta-feira. É incerto quem a nova treinadora, Montse Tomé, vai poder convocar para os jogos contra a Suécia e a Suíça, nos próximos dias 22 e 26, pela Liga das Nações, na qual as europeias vão disputar vagas para os Jogos Olímpicos de Paris 2024.
No mês passado, numa carta assinada por 81 jogadoras espanholas - entre elas Jenni Hermoso e todas as outras 22 campeãs do mundo pela seleção -, as atletas reagiram com indignação à condução do episódio envolvendo o beijo forçado de Rubiales na boca da atacante. Elas prometeram não atender mais às convocações enquanto os dirigentes atuais permanecerem no cargo.
"Depois de todo o ocorrido durante a entrega das medalhas do Mundial Feminino, queremos manifestar que todas as jogadoras que assinam este texto não voltarão a uma convocação da seleção se os dirigentes atuais permanecerem", dizem as atletas em carta que leva o selo da FUTPRO, a associação de jogadoras profissionais, que representa a classe no país.
A permanência de Rubiales no cargo e seu discurso afirmando que o beijo do último domingo fora consentido e que o "falso feminismo" era o culpado pela repercussão negativa do episódio foram a gota d'água para as jogadoras. Na carta, elas se dizem perplexas com a fala do dirigente e reafirmaram seu apoio a Hermoso. A atacante voltou a negar ter dado permissão para o gesto que marcou a premiação da Copa Feminina.
"A vista das manifestação realizadas pelo presidente da Real Federação Espanhol de Futebol, Jennifer Hermoso quer desmentir categoricamente que consentiu o beijo dado por D. Luis Manuel Rubiales Béjar na final da Copa do Mundo. 'Quero esclaerecer que tal e como se viu nas imagens em nenhum momento consenti o beijo que me foi dado, e obviamente em caso nenhum procurei alcançar o presidente. Não tolero que ponham em dúvida minha palavra e muito menos que inventem palavras que eu não disse'".
As jogadoras aproveitaram para pedir por mudanças estruturais que garantam mais segurança a elas no ambiente do futebol espanhol. Apesar da conquista do título na Austrália, a caminhada da seleção ficou marcada pela crise entre o elenco e o técnico Jorge Vilda, denunciado por assédio moral. Ele esteve presente no discurso de Rubiales e o aplaudiu no fim. O treinador da equipe masculina, De La Fuente, também assistiu à fala do dirigente e bateu palmas.
"As jogadoras da seleção espanhola, atuais campeãs do mundo, esperam respostas contundentes dos poderes públicos para que ações como a ocorrida não fiquem impunes. Queremos terminar este comunicado pedindo mudanças estruturais reais que ajudem a seleção principal a seguir crescendo para poder repassar este grande êxito a gerações posteriores. Nos enche de tristeza que um fato tão inaceitável está conseguindo manchar o maior êxito esportivo do futebol feminino espanhol".
Fonte: O GLOBO
No mês passado, numa carta assinada por 81 jogadoras espanholas - entre elas Jenni Hermoso e todas as outras 22 campeãs do mundo pela seleção -, as atletas reagiram com indignação à condução do episódio envolvendo o beijo forçado de Rubiales na boca da atacante. Elas prometeram não atender mais às convocações enquanto os dirigentes atuais permanecerem no cargo.
"Depois de todo o ocorrido durante a entrega das medalhas do Mundial Feminino, queremos manifestar que todas as jogadoras que assinam este texto não voltarão a uma convocação da seleção se os dirigentes atuais permanecerem", dizem as atletas em carta que leva o selo da FUTPRO, a associação de jogadoras profissionais, que representa a classe no país.
A permanência de Rubiales no cargo e seu discurso afirmando que o beijo do último domingo fora consentido e que o "falso feminismo" era o culpado pela repercussão negativa do episódio foram a gota d'água para as jogadoras. Na carta, elas se dizem perplexas com a fala do dirigente e reafirmaram seu apoio a Hermoso. A atacante voltou a negar ter dado permissão para o gesto que marcou a premiação da Copa Feminina.
"A vista das manifestação realizadas pelo presidente da Real Federação Espanhol de Futebol, Jennifer Hermoso quer desmentir categoricamente que consentiu o beijo dado por D. Luis Manuel Rubiales Béjar na final da Copa do Mundo. 'Quero esclaerecer que tal e como se viu nas imagens em nenhum momento consenti o beijo que me foi dado, e obviamente em caso nenhum procurei alcançar o presidente. Não tolero que ponham em dúvida minha palavra e muito menos que inventem palavras que eu não disse'".
As jogadoras aproveitaram para pedir por mudanças estruturais que garantam mais segurança a elas no ambiente do futebol espanhol. Apesar da conquista do título na Austrália, a caminhada da seleção ficou marcada pela crise entre o elenco e o técnico Jorge Vilda, denunciado por assédio moral. Ele esteve presente no discurso de Rubiales e o aplaudiu no fim. O treinador da equipe masculina, De La Fuente, também assistiu à fala do dirigente e bateu palmas.
"As jogadoras da seleção espanhola, atuais campeãs do mundo, esperam respostas contundentes dos poderes públicos para que ações como a ocorrida não fiquem impunes. Queremos terminar este comunicado pedindo mudanças estruturais reais que ajudem a seleção principal a seguir crescendo para poder repassar este grande êxito a gerações posteriores. Nos enche de tristeza que um fato tão inaceitável está conseguindo manchar o maior êxito esportivo do futebol feminino espanhol".
Fonte: O GLOBO
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