Deputados alinhados ao Planalto ensaiaram entrar em disputa, mas recuaram após falta de apoio
O deputado Luiz Antônio Teixeira, conhecido como Dr. Luizinho (RJ), foi escolhido nesta terça-feira como líder do PP na Câmara no lugar de André Fufuca (MA), que tomará posse na quarta-feira como ministro dos Esportes. Após negociações internas, a legenda decidiu entregar o cargo a um parlamentar de perfil menos governista, mesmo em um momento em que há o ingresso da sigla no primeiro escalão do governo Luiz Inácio Lula da Silva.
O novo representante da bancada estava licenciado do mandato porque era secretário de Saúde do governador Claúdio Castro (PL-RJ), mas retornou à Casa para assumir a liderança.
A definição teve influência direta do presidente da Câmara, Arthur Lira (AL), e do presidente nacional do PP, senador Ciro Nogueira (PI). O desejo da cúpula do partido era que o líder tivesse um perfil que não fosse tão associado ao Palácio do Planalto.
Apoiadores de Lula dentro do PP tentaram emplacar outros nomes, como os deputados Mario Negromonte Jr (BA) e Mersinho Lucena (PB), mas, diante da influência de Lira e Ciro no partido, Luizinho foi eleito por unanimidade e não houve concorrentes.
O novo líder do PP apoiou o ex-presidente Jair Bolsonaro no ano passado e faz parte de um grupo de oposição ao prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PSD), que é aliado de Lula. Apesar disso, tem pontes com o governo. O ministro da Secretaria de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, fez questão de tirar uma foto com ele e compartilhar nas redes sociais nesta terça-feira.
O deputado já foi citado pelo partido como opção de candidato a prefeito do Rio. No entanto, agora que assumiu a liderança do PP na Câmara, Luizinho tem dito que o foco está em representar os deputados na Casa e as articulações para a prefeitura esfriaram. Mesmo dentro de um partido que não é próximo a Paes, o parlamentar também tem afirmado que tem uma boa relação com o prefeito.
Luizinho é apadrinhado pelo ex-presidente do PP Francisco Dornelles, morto no dia 23 de agosto, e sempre foi um nome próximo a Ciro Nogueira e Lira. O nome dele chegou ser sugerido como ministro da Saúde em 2021, quando Bolsonaro precisou trocar Eduardo Pazuello, mas não houve acordo. Da mesma forma, o PP tentou indicá-lo para ser ministro do governo Lula, mas também sem sucesso.
Fonte: O GLOBO
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