Startup criou centro de inovação a partir de empréstimo de R$ 160 milhões do BNDES
Ele usa tecnologias que, segundo a startup, torna os pneus “infuráveis” e dobra a autonomia da bateria, para cerca de 100 km. A criação está entre os primeiros frutos do centro de inovação aberto pela Tembici e financiado com parte dos R$ 160 milhões emprestados junto ao BNDES no início do ano.
A startup fabricou 500 unidades do novo modelo em sua fábrica em Extrema (MG) e vai inseri-las na frota de Belo Horizonte este mês. Até o fim do ano, outra cidade brasileira receberá mais 500 bikes vindas da fábrica de Manaus. No ano que vem, a ideia é fabricar 10 mil unidades. (Hoje, a frota total da Tembici é de cerca de 30 mil).
Problema número 1
Em vez de câmara de ar, o novo modelo tem seus pneus inteiramente preenchidos por uma espécie de borracha flexível — poliuretano termoplástico expandido, ou ETPU, na linguagem técnica —, comum em solas de tênis e cuja função não é perturbada por furos.
— O pneu furado é a principal causa de problema em nossa frota. Resolver isso diminui a necessidade de manutenção e aumenta a disponibilidade da bicicleta para o usuário — disse o cofundador Mauricio Villar, que está à frente do recém-criado Tembici LABS. — Essa tecnologia já havia sido empregada por algumas empresas, mas encontramos uma solução que, nos nossos testes cegos, não apresentou nenhuma diferença de experiência em relação ao pneu tradicional.
Outro problema comum está relacionado à corrente de aço, que sai com frequência e precisa de óleo lubrificante. Para contorná-lo, a Tembici a substituiu no novo modelo por correias dentadas de borracha, semelhante à carros e presente apenas em bicicletas de alto gama.
— Também havia um problema de autonomia com as bikes elétricas, que geralmente é de cerca de 50 quilômetros. A nova tecnologia praticamente sobra essa autonomia — acrescentou Villar, que cofundou a Tembici a partir de um laboratório em seus tempos de engenharia na USP.
Estação lotada
As bikes também serão carregadas diretamente na estação de entrega — hoje, isso só é possível em poucas delas, segundo Villar.
— Vamos manter o modelo baseado em estações, mas vamos permitir que a bicicleta seja travada mesmo ao lado de uma estação que esteja lotada. Ou seja: o usuário não precisará achar outra na hora de se livrar da bicicleta, o que é sempre um incômodo, poderá deixar a bike ali do lado. Isso só será possível porque a estação e a bicicleta terão dispositvos conectados que permitem esse tipo de travamento secundário — explica.
Parte da tecnologia embarcada foi desenvolvida pela Angoera, empresa paulistana especializada em Internet das Coisas (IoT) que foi comprada pela Tembici por valor não divulgado. (Até então, a startup nem sequer havia tornado pública a aquisição, ocorrida há meses).
— Estamos iniciando testes para colocar sensores na bicicleta que monitorem coisas como a qualidade da ciclovia e o índice de poluição, tornando-a inteligente — antecipa.
O novo modelo já foi testado no centro de inovação da Tembici, que fica na região do Largo da Batata, em São Paulo, e conta com 23 engenheiros.
Fonte: O GLOBO
A startup fabricou 500 unidades do novo modelo em sua fábrica em Extrema (MG) e vai inseri-las na frota de Belo Horizonte este mês. Até o fim do ano, outra cidade brasileira receberá mais 500 bikes vindas da fábrica de Manaus. No ano que vem, a ideia é fabricar 10 mil unidades. (Hoje, a frota total da Tembici é de cerca de 30 mil).
Problema número 1
Em vez de câmara de ar, o novo modelo tem seus pneus inteiramente preenchidos por uma espécie de borracha flexível — poliuretano termoplástico expandido, ou ETPU, na linguagem técnica —, comum em solas de tênis e cuja função não é perturbada por furos.
— O pneu furado é a principal causa de problema em nossa frota. Resolver isso diminui a necessidade de manutenção e aumenta a disponibilidade da bicicleta para o usuário — disse o cofundador Mauricio Villar, que está à frente do recém-criado Tembici LABS. — Essa tecnologia já havia sido empregada por algumas empresas, mas encontramos uma solução que, nos nossos testes cegos, não apresentou nenhuma diferença de experiência em relação ao pneu tradicional.
Outro problema comum está relacionado à corrente de aço, que sai com frequência e precisa de óleo lubrificante. Para contorná-lo, a Tembici a substituiu no novo modelo por correias dentadas de borracha, semelhante à carros e presente apenas em bicicletas de alto gama.
— Também havia um problema de autonomia com as bikes elétricas, que geralmente é de cerca de 50 quilômetros. A nova tecnologia praticamente sobra essa autonomia — acrescentou Villar, que cofundou a Tembici a partir de um laboratório em seus tempos de engenharia na USP.
Estação lotada
As bikes também serão carregadas diretamente na estação de entrega — hoje, isso só é possível em poucas delas, segundo Villar.
— Vamos manter o modelo baseado em estações, mas vamos permitir que a bicicleta seja travada mesmo ao lado de uma estação que esteja lotada. Ou seja: o usuário não precisará achar outra na hora de se livrar da bicicleta, o que é sempre um incômodo, poderá deixar a bike ali do lado. Isso só será possível porque a estação e a bicicleta terão dispositvos conectados que permitem esse tipo de travamento secundário — explica.
Parte da tecnologia embarcada foi desenvolvida pela Angoera, empresa paulistana especializada em Internet das Coisas (IoT) que foi comprada pela Tembici por valor não divulgado. (Até então, a startup nem sequer havia tornado pública a aquisição, ocorrida há meses).
— Estamos iniciando testes para colocar sensores na bicicleta que monitorem coisas como a qualidade da ciclovia e o índice de poluição, tornando-a inteligente — antecipa.
O novo modelo já foi testado no centro de inovação da Tembici, que fica na região do Largo da Batata, em São Paulo, e conta com 23 engenheiros.
Fonte: O GLOBO
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Economia