Vale refeição e alimentação: Fazenda analisa proposta que acaba com intermediação de operadoras no benefício ao trabalhador

Vale refeição e alimentação: Fazenda analisa proposta que acaba com intermediação de operadoras no benefício ao trabalhador

Projeto foi apresentado pela Abras, entidade que reúne os supermercados, ao ministro Fernando Haddad que pediu estudos mais detalhados

A equipe econômica analisa uma proposta da Associação Brasileira de Supermercados (Abras) de acabar com a intermediação das operadoras de vale alimentação e refeição.

O projeto foi apresentado pela entidade ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, há cerca de um mês, e prevê que empresas optantes pelo Programa de Alimentação do Trabalhador (PAT) façam o depósito do valor do auxílio na Caixa Econômica Federal.

O banco ficaria responsável pelo pagamento aos estabelecimentos comerciais via aplicativo de celular dos trabalhadores, ou Pix, por exemplo.

O PAT vem passando por mudanças nos últimos anos. Uma MP enviada ao Congresso prevê que os trabalhadores possam escolher a bandeira do cartão alimentação e refeição.

O Executivo precisa regulamentar essa portabilidade e também a autorização legal para que os estabelecimentos possam utilizar uma única maquininha, independentemente da bandeira.

Custo de R$ 7,5 bi em taxas

Atualmente, as empresas que concedem o benefício precisam pagar taxas para as operadoras, bem como os estabelecimentos comerciais que aceitam o vale. Segundo a Abras, o custo total com taxas chega R$ 7,5 bilhões.

De acordo com a entidade, 90% desse mercado estão nas mãos de apenas quatro grandes operadoras: Alelo, Ticket, Sodexo e VR.

Por ano, os valores pré-pagos pelos empregadores é estimado em R$ 150 bilhões. São 300 mil empresas clientes, 22 milhões de usuários e cerca de 280 mil estabelecimentos afiliados.

Segundo o presidente da Abras, João Galassi, a proposta não autoriza o pagamento do vale refeição e alimentação em dinheiro pelas empresas. Ou seja, a finalidade do auxílio seria mantida.

Como os empregadores que concedem o benefício podem descontar o custo do imposto de renda, o valor seria destacado no e-Social, como já funciona hoje com o FGTS, que é gerido pela Caixa.

Redução de custo

Galasse afirma que, com a mudança, as empresas que contratam o benefício para seus funcionários teriam redução de custo, enquanto os trabalhadores teriam maior opção para utilizar o vale e uma possível redução de preços.

— A eliminação dos custos das operadoras de voucher (vale) reduzirá os custos para empregadores e estabelecimentos — diz Galassi.

Ele admite que haverá resistência por parte das operadoras, mas que não se justifica manter o sistema atual nos dias de hoje. Além disso, o PAT é um programa social.

Segundo ele, Haddad gostou da ideia e sugeriu estudos sobre a viabilidade da proposta. A informação foi confirmada por técnicos da Fazenda. O projeto também foi apresentado ao ministro do Trabalho, Luiz Marinho, na semana passada.

Além da equipe econômica, a proposta precisará do aval do Ministério do Trabalho e da Receita Federal.


Fonte: O GLOBO

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