Entre os anos de 2017 e 2022 mais de 510 mil pessoas foram hospitalizadas por doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), gerando um gasto superior a R$ 500 milhões em 5 anos
Estima-se que haja na população brasileira cerca de 20 milhões de asmáticos, nas proporções entre crianças e adolescentes de 12% e adultos de 5%, com uma mortalidade de 2.500 pessoas a cada ano, ou 5 a 7 por dia. Asma é uma doença heterogênea que exige caracterização de grau de gravidade para se tratar corretamente. Soma-se a essa magnitude 7 milhões de pessoas portadoras da chamada doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) de padrão enfisematoso ou bronquítico, na maioria das vezes causado pelo vício de fumar.
Além dos inúmeros estudos já levados a cabo no sentido de diagnosticar precocemente essas doenças e assim propiciar o tratamento adequado, no Brasil há todo um processo para que as medicações sejam incorporadas ao SUS, através da aprovação pela Conitec, permitindo o acesso mais equânime a elas.
Um estudo de boa metodologia e acurácia sobre um período de cinco anos no Brasil, desenvolvido pelo sistema Firjan/Sesi e apresentado recentemente com o objetivo de orientar gestores, revela dados que exigem medidas de saúde pública inteligentes e pragmáticas.
Apenas 12% dos casos desse conjunto de doenças crônicas são diagnosticados e menos de 20% seguem com o tratamento prescrito, por diferentes razões, e as principais são o retardo diagnóstico e a dificuldade de acesso a medicamentos eficazes. Estes, se usados corretamente, trariam imenso impacto sobre a morbidade, absenteísmo ao trabalho e hospitalizações.
Entre os anos de 2017 e 2022 mais de 510 mil pessoas foram hospitalizadas por DPOC, gerando um gasto superior a R$ 500 milhões em 5 anos, e uma a cada 11 pessoas internadas faleceram nesse mesmo período.
Entre os anos de 2017 e 2022 mais de 510 mil pessoas foram hospitalizadas por DPOC, gerando um gasto superior a R$ 500 milhões em 5 anos, e uma a cada 11 pessoas internadas faleceram nesse mesmo período.
Se comparada à diabetes e à hipertensão arterial, a letalidade por DPOC está entre as mais altas do país, menor apenas que doenças cardíacas, com 12%. Quando se avalia o impacto na seguridade social a situação se agrava visto que é de mais de R$ 4 bilhões o custo dos afastamentos motivados por DPOC, com 20 mil brasileiros recebendo benefícios previdenciários por essas doenças, representando 9% de taxa de absenteísmo estimada.
Sabedores de que a tragédia anunciada do uso de cigarros eletrônicos já está estimada em mais de um milhão de usuários no país, não é difícil se prever o resultado que a nova legião de dependentes de nicotina, inclusive em idade muito mais precoce do que a média atual, gerará de custos para o sistema de saúde, por danos indeléveis ao aparelho respiratório.
Ainda que os tratamentos tanto na asma quanto na DPOC possam sofrer adaptações de acordo com o fenótipo da pessoa, isto é, a predominância de sintomas como a intensidade da dispneia e tosse, e o número de crises (exacerbações) ao longo de um ano, além dos diversos graus de gravidade, basicamente os medicamentos de uso mais frequente, os inalatórios, estão incorporados ao SUS, porém alguns deles ainda liberados apenas através da farmácia chamada de alto custo, exigindo de médicos o preenchimento de formulários próprios para que o paciente os receba.
Ora, está mais claro do que nunca, neste momento de resgate do SUS, que diagnosticar precocemente essas doenças, provendo os serviços de atenção básica de equipamentos de espirometria (para determinar a capacidade respiratória) e de técnicos qualificados, de par com o acesso a medicamentos de uso contínuo facilitado pela liberação nas farmácias populares, sob prescrição médica, trariam um impacto considerável em todos os sentidos, desde o sofrimento humano até os custos para o sistema de saúde.
Por essa razão entendemos como oportuna a iniciativa tomada pela Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia de apresentar aos órgãos competentes do Ministério da Saúde, com a anuência de estados e municípios, através de suas representações no Conass e Conasems, a proposta mais lógica de propiciar o acesso a esses diagnósticos oportunos na rede básica de serviços e o provimento dos medicamentos de uso contínuo, como corticóides inalatórios e broncodilatadores através da farmácia popular.
Sabedores de que a tragédia anunciada do uso de cigarros eletrônicos já está estimada em mais de um milhão de usuários no país, não é difícil se prever o resultado que a nova legião de dependentes de nicotina, inclusive em idade muito mais precoce do que a média atual, gerará de custos para o sistema de saúde, por danos indeléveis ao aparelho respiratório.
Ainda que os tratamentos tanto na asma quanto na DPOC possam sofrer adaptações de acordo com o fenótipo da pessoa, isto é, a predominância de sintomas como a intensidade da dispneia e tosse, e o número de crises (exacerbações) ao longo de um ano, além dos diversos graus de gravidade, basicamente os medicamentos de uso mais frequente, os inalatórios, estão incorporados ao SUS, porém alguns deles ainda liberados apenas através da farmácia chamada de alto custo, exigindo de médicos o preenchimento de formulários próprios para que o paciente os receba.
Ora, está mais claro do que nunca, neste momento de resgate do SUS, que diagnosticar precocemente essas doenças, provendo os serviços de atenção básica de equipamentos de espirometria (para determinar a capacidade respiratória) e de técnicos qualificados, de par com o acesso a medicamentos de uso contínuo facilitado pela liberação nas farmácias populares, sob prescrição médica, trariam um impacto considerável em todos os sentidos, desde o sofrimento humano até os custos para o sistema de saúde.
Por essa razão entendemos como oportuna a iniciativa tomada pela Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia de apresentar aos órgãos competentes do Ministério da Saúde, com a anuência de estados e municípios, através de suas representações no Conass e Conasems, a proposta mais lógica de propiciar o acesso a esses diagnósticos oportunos na rede básica de serviços e o provimento dos medicamentos de uso contínuo, como corticóides inalatórios e broncodilatadores através da farmácia popular.
Fonte: O GLOBO
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Saúde