Lula defende entrada da Argentina nos Brics, mas não cita outros postulantes

Lula defende entrada da Argentina nos Brics, mas não cita outros postulantes


O presidente Lula defendeu nesta terça-feira a entrada da Argentina no Brics. Mais cedo, o presidente afirmou que que quer criar "um banco muito forte" com "outro critério para emprestar dinheiro para os países".

— Eu defendo que os nosso irmãos da Argentina possam participar dos Brics. Eu defendo isso, vamos ver na reunião como fica. Mas eu defendo porque é muito importante a Argentina estar nos Brics — afirmou Lula, completando: — A gente está construindo isso. Penso que desse encontro aqui deve sair uma coisa muito importante sobre a entrada de novos países. 

Eu sou favorável a entrada de vários países. A gente vai se tornar forte, a gente quer criar um banco muito forte, que seja maior do que o FMI, mas que tem outro critério para emprestar dinheiro para os países. Não de sufocar, mas de emprestar na perspectiva de que o país vai criar condições de investir o dinheiro, se desenvolver e pagar.

O presidente Lula defendeu nesta terça-feira a entrada de novos países como membros permanentes no Conselho de Segurança da ONU. Durante sua live semanal, Lula afirmou que é preciso convercer a Rússia e a China durante reunião dos Brics a apoiar a entrada do Brasil, da Índia e da África do Sul como membros. Os dois países já têm assento no colegiado internacional.

Lula deu a declaração durante sua live semanal. Nesta semana, a trasmissão é feita na África do Sul, durante reunião dos Brics.

— O Brasil reivindica que vários países possam entrar no Conselho de Segurança da ONU como membros permanente. O Brics tem quatro países e só dois são membros permanente. É preciso que a gente convença a Rússia e a China que Brasil, África do Sul e a Índia possa entrar no Conselho de Segurança. Esse é um debate que vamos discutir inclusive para possibilitar a entrada de novos países. A gente tem que limitar uma coisa que todo mundo concorde — afirmou Lula.

Outras lives

Pensado para tentar engajar apoiadores do governo nas redes sociais, o programa tem sido transmitido todas as terças-feiras, pela manhã, geralmente do Palácio da Alvorada. Além das suas próprias páginas na rede social, Lula tem usado também a página nas redes sociais da TV Brasil e no canal da TV, empresa pública de televisão, que é destinada para divulgar ações do governo.

Na semana passada, Lula afirmou que vai conversar “com quem for necessário” no Congresso Nacional e que o governo precisa dialogar "com quem tem voto" para conseguir aprovar os projetos e aumentar a governabilidade. O Planalto já confirmou a entrada do PP e do Republicanos na esplanada dos ministérios na tentativa de ampliar o apoio no Congresso Nacional.

Lula ainda defendeu a aproximação com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL) e afirmou que o governo precisa da aliança com o parlamentar.

— O Lira precisa menos de mim do que eu dele. O Lira não manda projeto para mim, o Lira não precisa pedir nada para mim. Eu é que tenho que mandar o projeto de lei que os ministros acham importante e chega lá tem que ser aprovado. Então nós é que temos que ter a iniciativa de conversar — afirmou, completando: — Eu vou conversar com quem for necessário conversar.

Sobre meio ambiente, o presidente voltou a cobrar nesta segunda-feira os países ricos pela ajuda financeira para proteger a Amazônia. Lula afirmou que é um "pagamento de uma dívida com o planeta Terra" por terem começado o processo de poluição anos antes dos países em desenvolvimento.

Lula afirmou ainda que durante a próxima cúpula dos BRICS vai voltar a discutir sobre a desigualdade e sobre a questão da paz e o fim da guerra entre Ucrânia e Rússia. A próxima reunião será entre os dias 22 e 24 de agosto, em Joanesburgo.

— Nos BRICS vamos discutir a questão da desigualdade. Temos que discutir a questão da paz. Não é possível que a gente não discuta, não é possível que não haja um momento em que a Rússia e a Ucrânia sentem para conversar e parem de se matar. Uma guerra que só destrói aquilo que demorou anos para ser construído. É preciso encontrar um caminho.


Fonte: O GLOBO

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