Em Portugal, caso da ʽpedradaʼ em brasileiros caminha para arquivamento

Em Portugal, caso da ʽpedradaʼ em brasileiros caminha para arquivamento

Justificativa do instrutor do processo de suspeita de xenofobia na Universidade de Lisboa é que não há infração disciplinar na frase “mereciam levar com uma pedra”

O Portugal Giro apurou que a Universidade de Direito da Universidade de Lisboa recebeu recomendação para arquivar o processo de suspeita de xenofobia contra brasileiros.

Estudante e integrante do Conselho Geral, o português Hélder Semedo ironizou o conteúdo da carta de alunos brasileiros ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante a Reunião Geral dos Alunos.

Os alunos brasileiros fizeram manifestação e reivindicam a suspensão de Semedo. Segundo eles, está nas regras do código disciplinar, que previa, ainda, advertência e expulsão.

Em meio ao debate sobre a redação do documento, Semedo disse: “As pessoas que escreveram isto acho que de fato mereciam levar com uma pedra”.

Ele se referia a outro caso de xenofobia que aconteceu em 2019 na mesma faculdade, onde estudantes puseram uma caixa de pedras para jogar em um “Zuca” que passou à frente no mestrado.

“A expressão é manifestamente provocatória e até moralmente censurável, mas não chega a configurar uma infração disciplinar que reclame, da parte da Universidade de Lisboa, o exercício do poder disciplinar sobre o Participado (Semedo)”, revela o despacho da recomendação de arquivamento assinado pelo professor Diogo Costa Gonçalves, instrutor do processo. A decisão final caberá à direção.

Semedo ironizou a carta para Lula, minimizando as queixas dos brasileiros: “ “Lula, é só para dizer que Portugal é um país péssimo, somos super maltratados, mas, mesmo assim, somos tão burros que continuamos a ir para lá”.

“Chamar “burro” (...) é uma grosseria e uma falta de educação, mas não uma infração disciplinar”, informa o texto do despacho, que concluiu:

“A conduta em causa não configura, no entanto, um ilícito que reclame o exercício do poder disciplinar da Universidade. Recomenda-se, portanto, o arquivamento”.

A Universidade declara, ainda, que, “antes do poder disciplinar da Universidade está o poder de reação da própria Associação Acadêmica da Faculdade de Direito de Lisboa (AAFDL), (...) tendo a própria AAFDL reagido a tal fato suspendendo os direitos associativos do Participado”.


Fonte: O GLOBO

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