Dado como morto pela Rússia, Prigojin era 'mestre dos disfarces': buscas em mansão encontraram perucas e passaportes falsos

Dado como morto pela Rússia, Prigojin era 'mestre dos disfarces': buscas em mansão encontraram perucas e passaportes falsos

Teorias da conspiração circulam na internet, e ainda há perguntas sem resposta sobre o que teria causado queda de avião em que estaria o líder mercenário

Há quase dois meses, a mídia russa divulgou imagens de buscas feitas na casa de São Petersburgo do chefe do grupo paramilitar Wagner, Yevgeny Prigojin — dado como morto pelo governo do país após a queda de um avião, nesta quarta-feira (23). A operação na mansão foi realizada durante a rebelião dos mercenários contra a Defesa do presidente Vladimir Putin, no final de junho.

Durante a busca, os agentes descobriram maços de dólares e rublos, barras de ouro, inúmeras armas, vários passaportes com nomes diferentes e um armário cheio de perucas. Além disso, encontraram fotos em que o ex-aliado de Vladimir Putin é visto usando vários disfarces, com as perucas, barbas postiças e óculos, de acordo com a agência de notícias East2West.

A fama de "mestre dos disfarces" do líder mercenário inflamou a circulação de teorias da conspiração após a queda do aeronave em cuja lista de passageiros estava seu nome: afinal, Prigojin está mesmo morto?

O líder do Grupo Wagner, Yevgeny Prigojin, foi dado como morto após um acidente aéreo nesta quarta-feira, segundo autoridades da Agência Federal de Transporte Aéreo. Com mais nove pessoas a bordo, a aeronave de fabricação brasileira, Embraer Legacy, caiu na região de Tver, ao norte de Moscou.

Autoridades dos Serviços de Emergência do país afirmaram que as buscas pelos corpos foram concluídas e pessoas ligadas ao grupo paramilitar disseram, em um canal no Telegram, que o líder do Wagner foi morto "como resultado de ações de traidores da Rússia".

Embora as autoridades russas tenham confirmado que ele estava entre os passageiros do avião e que todas as 10 pessoas no voo morreram, elas não disseram publicamente que seus restos mortais foram identificados — apenas que as buscas pelos corpos terminaram. Até o momento, nenhuma autoridade internacional pôde verificar a informação do governo russo.

Com inúmeras teorias da conspiração já circulando na internet e circunstâncias pouco claras acerca do fato, ainda há questões em aberto sobre o que teria causado a queda da aeronave e se Prigojin realmente morreu. Autoridades internacionais, como o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e o principal conselheiro de Volodymyr Zelensky, Mykhailo Podolyak, sugerem que não se tratou de um acidente, mas sim de algo supostamente premeditado pelo líder russo, Vladimir Putin.

O que aconteceu com o avião?

Não se sabe ao certo o que aconteceu com o jato particular que levava Prigojin e as outras nove pessoas. Em um vídeo que supostamente seria da queda, postado no Telegram, um avião aparece caindo em chamas. A pessoa que filmou a cena diz ter ouvido duas explosões, o que poderia sugerir que o avião foi derrubado por um míssil ou bomba a bordo.

O Gray Zone, vinculado ao Wagner, afirmou no Telegram que a aeronave foi, de fato, abatida pelos militares russos, mas sem fornecer evidências. A mídia estatal russa, por sua vez, alega que a aeronave pegou fogo ao atingir o solo, estando no ar há menos de meia hora.

Uma investigação criminal foi iniciada para apurar as causas do acidente, informou a Agência Federal de Transporte Aéreo da Rússia.

Local onde caiu o avião que tinha o fundador do grupo Wagner, Yevgeny Prigojin, na lista de passageiros — Foto: Editoria de Arte

Havia um segundo avião?

Nos canais de extrema direita do Telegram, alguns usuários postaram imagens de um mapa mostrando um segundo avião saindo de Moscou logo após o voo que levava Prigojin. Eles alegam que o líder do grupo paramilitar estava em um segundo avião de propriedade de sua empresa. Porém, as alegações não puderam ser confirmadas.

O que Putin disse?

O presidente russo, que ainda não se manifestou sobre o assunto, estava na região de Kursk para uma cerimônia em homenagem ao 80º aniversário da Batalha de Kursk e às forças russas que atualmente lutam na Ucrânia.

Anteriormente, Putin, por meio de videoconferência, falou na cúpula dos Brics em Johannesburgo, na África do Sul, alegando que a Rússia iniciou sua ofensiva na Ucrânia para encerrar uma guerra que, segundo ele, foi provocada pelo Ocidente.


Fonte: O GLOBO

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