Análise: Gabigol e Bruno Henrique trocam de identidade para levar Flamengo à vitória na Libertadores

Análise: Gabigol e Bruno Henrique trocam de identidade para levar Flamengo à vitória na Libertadores


Bruno Henrique já havia se tornado o maior reforço do Flamengo para o segundo semestre após se recuperar de grave lesão. Na vitória sobre o Olímpia por 1 a 0, pelo jogo de ida das oitavas de final da Libertadoers, se transformou também na melhor opção para o comando do ataque.

Após um primeiro tempo aberto pela esquerda, onde causou pouco perigo, o camisa 27 voltou na segunda etapa centralizado, com Gabigol flutuando pela direita longe da área, e o filme visto muitas vezes desde 2019 se repetiu.

A fusão, comemoração entre a dupla, não tem como sentido apenas a forma como um complementa o outro dentro de suas características. Também significa a capacidade de absorção das características do companheiro em prol dos gols do Flamengo. Uma troca de identidade.

E assim foi. O camisa 10 abriu para receber a bola, Bruno Henrique já sinalizou o movimento e recebeu ela fatiada, na diagonal. Teve o trabalho apenas de dar um leve desvio para fazer o gol que deu tranquilidade ao Flamengo para o jogo de volta, quando terá a vantagem do empate.

Sim, por que por toda a etapa inicial o time sofreu para furar o bloqueio do Olímpia, e ainda levou uma bola na trave. Sem Pedro, suspenso por indisciplina após o caso de agressão do qual foi a vítima, Sampaoli precisou encontrar outra solução para incomodar a defesa adversária.

Com a mexida em Bruno Henrique, Gerson passou a atuar mais aberto, com o jogo por dentro nos pés de Arrascaeta e Éverton Ribeiro, estes com atuação mais tímida. Desde o início, o Flamengo tentou criar a partir de toque de bola e movimentação, mas ficou previsível e pouco contundente.

Gabigol chegou a se movimentar aberto pela direita, enquanto Bruno Henrique tentava em vão algumas jogadas individuais pelo outro lado. Pelo meio quase não havia jogo, houve arrematas de média distância sem tanto perigo. E bolas levantadas na área sem ter quem subisse. Pelos lados, os laterais tiveram as subidas bem marcadas, e pouco criaram na primeira parte.

O Olímpia tentou picotar o jogo, com a colaboração da arbitragem, e o Flamengo teve o ímpeto inicial contido. A qualidade de seu jogo caiu conforme o tempo passou e a catimba entrou em cena. Defensivamente, as voltas de David Luiz e Ayrton equilibraram o setor. E Matheus Cunha praticamente não trabalhou, fora o susto com a bola aérea que parou no travessão.

Depois do gol de Bruno Henrique que quase inaugurou a etapa final, o Flamengo teve um tempo inteiro para retomar o jogo com a construção em passes curtos. Mais leve, em vantagem, fez a bola correr e teve outras chances para ampliar, a primeira delas com David Luiz, de cabeça.

Arrascaeta seguia um pouco abaixo, assim como Ribeiro, que acabou dando lugar a Victor Hugo. Allan também saiu e Thiago Maia foi para o jogo. Com a marcação reforçada, o quarteto de ataque teve menos responsabilidades. Mas a estrutura alterada no intervalo se manteve.

Logo em seguida o uruguaio colocou Bruno Henrique em condições de ampliar, mas o atacante errou o alvo. Mais uma vez posicionado de forma centralizado, entre os zagueiros. Gabigol jogou toda a etapa final com movimentos longe da área, quase no meio-campo. O movimento permitiu avanço dos laterais e volantes para preencher espaços. E confundiu o adversário.


Fonte: O GLOBO

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