A Amazônia e nossas crianças

A Amazônia e nossas crianças

Somos talvez a primeira geração que vai entregar aos filhos um mundo pior do que recebeu

A preservação da Amazônia é crucial para a saúde e a qualidade de vida de nossas crianças.

O progresso humano ao longo da história foi extraordinário, mas nossa ânsia por consumo, a selvageria do capitalismo, a ganância de muitas empresas nos levou a um lugar de muito alto risco. E isso significa a possibilidade de uma extinção em massa no planeta, nossa espécie aí incluída.

Somos talvez a primeira geração que vai entregar aos filhos um mundo pior do que recebeu. Pois é: muito triste mesmo.

A Cúpula da Amazônia, que começou nesta terça, dia 8, evolui com resultados aquém do que precisamos. Os oito países presentes ao evento se comprometem a estabelecer uma nova agenda de cooperação na região e a adotar uma “ação urgente” para que a floresta não atinja o “ponto de não retorno”— um conceito científico que afirma que se o desmatamento chegar a cerca de 20% a 25%, a floresta não será mais capaz de se recuperar, perdendo seu papel na geração dos ciclos de chuvas (os já famosos “rios aéreos”, tão lindamente fotografados por Sebastião Salgado), na captação de carbono e na regulação do clima no mundo todo. E já estamos com perdas que correspondem a mais de 16%.

Infelizmente o texto da Carta de Belém, documento chave da conferência, não avançou em pontos fundamentais, como estabelecer metas concretas e comuns de desmatamento, e vetar a exploração de petróleo na região.

Há algum progresso: o próprio consenso sobre o ponto de não retorno da Amazônia; a criação de instâncias de fiscalização comum; o reconhecimento da necessidade de proteger os territórios; e a ação concertada em cobrar recursos dos países desenvolvidos. E foram discutidas linhas de financiamento que estimulem a substituição de atividades danosas ao meio ambiente por outras mais sustentáveis.

As crianças e adolescentes, que viverão num futuro ameaçado por uma grave crise climática, esperam mais. Não só dos países amazônicos, mas dos países desenvolvidos, das empresas — especialmente as que mais lucram com a destruição ambiental, como as petrolíferas, e de cada um de nós.


Fonte: O GLOBO

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