Apesar do salão já deserto, Deltan chegou a receber o afago de alguns aliados, que o abraçaram afetuosamente
Porto Velho, RO - “Deixo hoje o Congresso e a Câmara, mas eu deixo com a paz de quem honrou seus eleitores”, disse Deltan Dallagnol pouco depois de a Mesa Diretora da Casa confirmar a perda de seu mandato, conforme decisão anterior do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Horas depois, na noite desta terça-feira, o ex-procurador responsável pela Operação Lava-Jato, que deixou o cargo no Ministério Público Federal (MPF) para ingressar na política, retornou a um plenário quase vazio, em momento flagrado pelo fotógrafo Brenno Carvalho, do GLOBO.
No salão deserto da Câmara dos Deputados, Deltan circulou com o celular nas mãos, enquanto gravava um vídeo. Na tela do aparelho, captada pelas lentes da câmera, constavam também trechos do discurso de adeus ao Congresso: "Este é o meu último pronunciamento aqui na Câmera", reconhecia o texto. "Hoje, a Mesa Diretora decidiu se curvar diante da injustiça praticada pelo TSE de rasgar votos legitimamente dados", prosseguia o rascunho.
Nos registros, chamam a atenção ainda anotações feitas à caneta nas mãos de Deltan, enumerando uma lista de seis itens a serem abordados pelo agora ex-parlamentar. A prática lembra uma estratégia usada com frequência pelo ex-presidente Jair Bolsonaro — apoiado por Dallagnol nas eleições do ano passado — durante debates televisivos realizados na campanha.
Sem se desgrudar do celular, Deltan entrou em ligações enquanto o aparelho permanecia plugado a uma tomada nos bancos do plenário. Em seguida, com o telefone ainda sendo carregado, o ex-procurador voltou a redigir o discurso derradeiro.
Apesar do salão já vazio, Deltan chegou a receber o afago de alguns aliados, que o abraçaram afetuosamente. Entre os nomes que marcaram presença nos instantes finais do colega na Casa, estão deputados federais bolsonaristas como Delegado Fabio Costa (PP-AL) e Cabo Gilberto (PL-PB).
A cassação do mandato de Deltan foi oficializada no Diário Oficial do Legislativo, em edição publicada no fim da tarde desta terça-feira. De acordo com o regimento interno da Câmara, ele tem de devolver as credenciais e providenciar a entrega do gabinete parlamentar.
Segundo o Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR), quem herdará a vaga será Itamar Paim (PL), que teve 47 mil votos na eleição do ano passado. No entanto, o Podemos, partido de Dallagnol, ainda briga na Justiça para manter na legenda a cadeira que pertencia ao ex-procurador.
No recurso apresentado ao TSE, a sigla pede que Luiz Carlos Hauly assuma um lugar na Câmara. Ele foi o segundo mais votado do partido no Paraná, mas não atingiu o número mínimo do quociente eleitoral — motivo pelo qual o posto passou para as mãos do PL, que chega, assim, a cem deputados na Casa, ampliando sua vantagem como maior bancada.
Na defesa apresentada à Mesa Diretora, Deltan chegou a pleitear que o mandato fosse preservado enquanto não são julgados os recursos que ele apresentou ao Supremo Tribunal Federal (STF) contra a decisão do TSE. O pedido, porém, não foi acolhido pelo colegiado. A contestação do agora ex-deputado seguirá tramitando normalmente na Suprema Corte, mas sem que ele esteja no exercício da atividade parlamentar.
Fonte: O GLOBO
No salão deserto da Câmara dos Deputados, Deltan circulou com o celular nas mãos, enquanto gravava um vídeo. Na tela do aparelho, captada pelas lentes da câmera, constavam também trechos do discurso de adeus ao Congresso: "Este é o meu último pronunciamento aqui na Câmera", reconhecia o texto. "Hoje, a Mesa Diretora decidiu se curvar diante da injustiça praticada pelo TSE de rasgar votos legitimamente dados", prosseguia o rascunho.
Nos registros, chamam a atenção ainda anotações feitas à caneta nas mãos de Deltan, enumerando uma lista de seis itens a serem abordados pelo agora ex-parlamentar. A prática lembra uma estratégia usada com frequência pelo ex-presidente Jair Bolsonaro — apoiado por Dallagnol nas eleições do ano passado — durante debates televisivos realizados na campanha.
Sem se desgrudar do celular, Deltan entrou em ligações enquanto o aparelho permanecia plugado a uma tomada nos bancos do plenário. Em seguida, com o telefone ainda sendo carregado, o ex-procurador voltou a redigir o discurso derradeiro.
Apesar do salão já vazio, Deltan chegou a receber o afago de alguns aliados, que o abraçaram afetuosamente. Entre os nomes que marcaram presença nos instantes finais do colega na Casa, estão deputados federais bolsonaristas como Delegado Fabio Costa (PP-AL) e Cabo Gilberto (PL-PB).
A cassação do mandato de Deltan foi oficializada no Diário Oficial do Legislativo, em edição publicada no fim da tarde desta terça-feira. De acordo com o regimento interno da Câmara, ele tem de devolver as credenciais e providenciar a entrega do gabinete parlamentar.
Segundo o Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR), quem herdará a vaga será Itamar Paim (PL), que teve 47 mil votos na eleição do ano passado. No entanto, o Podemos, partido de Dallagnol, ainda briga na Justiça para manter na legenda a cadeira que pertencia ao ex-procurador.
No recurso apresentado ao TSE, a sigla pede que Luiz Carlos Hauly assuma um lugar na Câmara. Ele foi o segundo mais votado do partido no Paraná, mas não atingiu o número mínimo do quociente eleitoral — motivo pelo qual o posto passou para as mãos do PL, que chega, assim, a cem deputados na Casa, ampliando sua vantagem como maior bancada.
Na defesa apresentada à Mesa Diretora, Deltan chegou a pleitear que o mandato fosse preservado enquanto não são julgados os recursos que ele apresentou ao Supremo Tribunal Federal (STF) contra a decisão do TSE. O pedido, porém, não foi acolhido pelo colegiado. A contestação do agora ex-deputado seguirá tramitando normalmente na Suprema Corte, mas sem que ele esteja no exercício da atividade parlamentar.
Fonte: O GLOBO
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