Minoritários passaram a ter participação desproporcional no conselho de administração da Eletrobrás

Minoritários passaram a ter participação desproporcional no conselho de administração da Eletrobrás


Presidente Lula está lutando para fazer com que a União recupere seu poder de voto de na empresa

Porto Velho, RO - Uma gravação de uma reunião interna obtida pelo jornal Folha de S. Paulo revela que a gestora 3G Radar, um acionista minoritário da Eletrobras, conseguiu ocupar posições estratégicas no conselho de administração da companhia. A 3G Radar possui apenas 1,3% do capital total da Eletrobras, o que torna sua posição irrelevante em termos de poder de decisão.

No entanto, a gestora detém 10,88% das ações preferenciais, que têm prioridade para receber dividendos, o que lhe confere acesso privilegiado aos resultados, aponta reportagem da jornalista Alexa Salomão.

Dos nove conselheiros da Eletrobras, três afirmaram ter sido convidados para seus cargos por um acionista da 3G Radar, o sócio fundador da gestora Pedro Batista de Lima Filho. Batista também se tornou conselheiro após a privatização da empresa, indicado pelos preferencialistas. A 3G Radar alega que todas as indicações para a composição da diretoria da Eletrobras foram feitas em acordo com os conselheiros de administração, seguindo as práticas de governança da companhia.

Além de Pedro Batista de Lima Filho, outros conselheiros da Eletrobras atribuíram seu ingresso na empresa à indicação da 3G Radar. Felipe Vilela Dias, representante dos minoritários, e Ivan Monteiro, ex-presidente da Petrobras, mencionaram Batista como responsável por suas nomeações.

A Eletrobras afirmou em nota que a reunião ocorreu com transparência e que os nomes indicados para o conselho de administração passaram por avaliações e foram eleitos em Assembleia Geral de Acionistas, seguindo os requisitos previstos no Estatuto Social e no Regulamento de Indicações.

O conselho de administração da Eletrobras enfrenta desafios, como a Ação Direta de Inconstitucionalidade apresentada pela Advocacia-Geral da União no Supremo Tribunal Federal, que busca restabelecer o poder de voto proporcional da União na companhia – um dos principais objetivos do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Fonte: Brasil247

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