Análise: Flamengo é punido pela apatia e ainda vive ilusão de time campeão

Análise: Flamengo é punido pela apatia e ainda vive ilusão de time campeão

Empate com o Racing é mais um capítulo de um elenco sem identidade e irregular com Sampaoli

Porto Velho, RO -
Sem Gerson e Filipe Luís, machucados, mas com Bruno Henrique e Arrascaeta em campo ao lado de Gabigol e Everton Ribeiro, o torcedor do Flamengo pode ter lembrado do sucesso do quarteto ofensivo em 2019, que voltava a jogar junto ontem quase um ano depois. Mas o futebol apresentado contra o Racing na terceira rodada da Libertadores esteve muito distante daqueles áureos tempos. O que há ainda na temporada atual é a ilusão daquele time campeão que não existe mais.

O empate em 1 a 1 veio como punição justa a uma equipe que desde o início foi armada por Jorge Sampaoli para não perder, e ficou refém de sua apatia. O Flamengo teve muito mais posse de bola, mas faltou competência para criar situações e apresentar um futebol envolvente. O resultado ruim ainda teve falha de Santos no gol de Oroz, de falta. Gabigol marcou para o Flamengo, e teve o alento de se tornar o maior artilheiro brasileiro da história da Libertadores, com 30 gols.

Ainda em segundo no grupo, o Flamengo visita o Ñublense-CHI na próxima rodada, dia 24. Pelo Brasileirão, joga contra o Athletico, domingo, em Curitiba, para tentar dar fim à irregularidade com o técnico Jorge Sampaoli, que se depara com um elenco sem identidade e segue empilhando mudanças para tentar encontraar um novo rumo.

Time acovardado

Desta vez ele optou por mandar a campo na Argentina uma formação conservadora, pois tem se queixado da dificuldade de o time ser compacto e contundente no ataque ao mesmo tempo. Foi com apenas dois zagueiros e lançou Pulgar na linha de volantes ao lado de Thiago Maia e Vidal. Na criação, tinha apenas Everton Ribeiro. 

Na prática, o primeiro tempo evidenciou um problema de articulação que não vem de hoje. A bola ficou sempre nos pés dos zagueiros e a criatividade do meio-campo inexistiu. Quem apareceu bem foi Pulgar, que não precisou fazer a saída junto aos zagueiros e se adiantou para dar passes importantes.

Na primeira oportunidade, escorou de cabeça para Gabigol entrar livre para finalizar, mas o camisa 10 errou o alvo, em posição de impedimento. Minutos depois, o Racing teve Hauche expulso por falta em Ayrton Lucas.

Em bola parada cobrada por Pulgar, o artilheiro Gabigol teve a segunda chance, dessa vez na perna esquerda, e acertou o ângulo. O gol não refletiu a capacidade de o Flamengo transformar a enorme posse de bola em finalizações. Pedro, por sua vez, viveu noite muito apagada, técnica e fisicamente, e acabaria substituído.

Como não sofria pressão do Racing até o gol, e a expulsão obrigou o time argentino a se manter compacto, o Flamengo ficou apenas tocando bola para o lado e para trás, sem tentar matar o jogo. No segundo tempo, Sampaoli demorou para mexer. Quando mudou, colocou Arrascaeta e Bruno Henrique. Não usou a vitalidade de jovens como Matheus França, e voltou a apostar em Everton Cebolinha, que seguiu não justificando as chances recebidas.

A formação mais ofensiva foi a senha para o Racing também fazer mudanças e encarar um jogo mais aberto, com maior capacidade física. Foi aí que a situação do gol do Flamengo se repetiu contra ele mesmo.

Depois da expulsão de Wesley, que mais uma vez cometeu falta desnecessária, Oroz cobrou com categoria e Santos só olhou, sem tentar ir na bola. O empate a dez minutos do fim fez o ambiente no estádio se tornar de alta pressão para a virada. E por pouco ela não aconteceu, com uma bola na trave de Santos. O Flamengo tentou reagir diante da apatia e tentou com Thiago Maia, mas parou no travessão.


Fonte: O GLOBO

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