Equipes que não são consideradas favoritas no continente se mostram como potenciais pedras no sapato, e podem ameaçar classificações dos grupos
Porto Velho, RO - Para além dos adversários sempre temidos na Copa Libertadores, como os gigantes argentinos River Plate e Boca Juniors, ou o perigoso Independiente Del Valle, que ganhou recentemente a Copa Sul-Americana, contra o São Paulo, e a Recopa, contra o Flamengo, outras equipes do continente precisarão ser consideradas ameaças nos caminhos das equipes brasileiras. O principal torneio do futebol sul-americano teve seu pontapé inicial dado nesta terça-feira, e vários times se credenciam a serem surpresas nesta edição.
Argentinos chegam forte: um algoz conhecido e uma equipe promissora
Vice-campeão argentino, o Racing ficou a alguns instantes de tomar o título do Boca, conquistado na última rodada de 2022. Atual terceiro colocado nesta temporada do campeonato, após nove rodadas, La Academia era um dos piores adversários possíveis entre os estrangeiros do segundo pote do sorteio, e virou uma potencial "pedra no sapato" do Flamengo nesta Libertadores. Se os estreantes Aucas e Ñublense não devem oferecer dificuldades, a batalha pela liderança contra a equipe de Fernando Gago movimentará a vida no Ninho do Urubu.
Os dois confrontos ainda guardam um reencontro para o rubro-negro, com o peruano Paolo Guerrero. Após vestir a camisa do Fla entre 2015 e 2018, o atacante de 39 anos se reencontrará com o ex-clube. O time de Avellaneda mistura nomes experientes e jogadores mais jovens, como os meias Matías Rojas e Jonathan Gómez. Além disso, o histórico recente mostra um triunfo especial do Racing, nas oitavas de final de 2020. Então campeão à época, o Flamengo foi eliminado no Maracanã pelos argentinos, após dois empates e a derrota nos pênaltis.
Um argentino que deve preocupar outro clube de massa do Brasil é o Argentinos Juniors. Parte do grupo do Corinthians, o time pode ameaçar o alvinegro paulista, assim como o Del Valle. A estreia confirmou este status para o campeão da Libertadores de 1985: a vitória por 1 a 0 contra os equatorianos, no estádio Diego Armando Maradona. A equipe comandada por Gabriel Milito tem qualidade no ataque e na defesa, e vai brigar por uma vaga.
Cerro Porteño que já derrubou um brasileiro
A equipe paraguaia veio da Pré-Libertadores, oferecendo exibições sólidas. Primeiramente, eliminou o chileno Curicó Unido, para depois derrubar o Fortaleza, com direito a vitórias nos dois jogos. Componente do grupo do Palmeiras, o Cerro Porteño era um dos adversários de peso vindos do último pote. Seu elenco tem alguns conhecidos do futebol brasileiro, como o goleiro Jean, o volante Piris da Motta, o zagueiro Eduardo Brock e o atacante Diego Churín, que deixou sua marca na vitória por 1 a 0 no Castelão. O clube de La Olla Azulgrana chega forte na busca pelo título que nunca alcançou.
Sporting Cristal com toque brasileiro
Os peruanos estão na chave de River Plate e Fluminense. Apesar da enorme dificuldade dos clubes do país em sonharem com uma classificação, a aposta no treinador brasileiro Tiago Nunes é um ponto a ser observado. Seu trabalho de sucesso no Athletico-PR e o título do último Campeonato Peruano podem credenciá-lo a levar o Sporting Cristal às oitavas. Outro dos times que veio da Pré-Libertadores, eliminou o Nacional, do Paraguai, e o Huracán, da Argentina, com direito a um gol heroico de Irven Ávila, que o colocou na fase de grupos.
Um Libertad que promete ser intruso
Em um grupo que aponta para o favoritismo dos dois brasileiros, Athletico-PR e Atlético-MG, o time paraguaio precisa receber uma atenção especial. O Libertad é a grande equipe do país, não apenas por ter vencido o Apertura em 2022, mas também por liderar a edição desta temporada, com seis pontos a frente do vice-líder. O elenco tem o goleiro Martín Silva, ex-Vasco, e dois intermináveis atacantes: Óscar Cardozo e Roque Santa Cruz. Na Libertadores do ano passado, enfrentou o próprio Furacão no grupo, e foi o líder. O encontro seguinte nas oitavas de final terminou com a classificação paranaense, mas conquistada com muita dificuldade.
A ameaça eterna da altitude boliviana
O fator altitude é uma das maiores dificuldades para os brasileiros no torneio, e as equipes de La Paz são especialistas neste cenário. O Bolívar não é o atual campeão na Bolívia, mas tem um time com uma grande inspiração ofensiva, contando até com um atacante brasileiro: Gabriel Poveda, que vem de uma temporada de destaque no Sampaio Corrêa. Mais um integrante do grupo do Palmeiras, porém, apenas os fatores naturais colocam a equipe nesta lista e a fazem ser considerada um perigo.
Também vale destacar o The Strongest, que está na chave do Fluminense. Este, sim, atual campeão do Clausura boliviano, e um time que promete dar trabalho. Atuando em La Paz, apresentou suas credenciais para o gigante River Plate: uma vitória por 3 a 1 nesta terça-feira. Geralmente, inofensivos fora de casa, estes dois clubes têm muita força em seus domínios.
Atlético Nacional e Olimpia: indesejáveis no mata-mata
Os dois clubes podem não preocupar neste momento, porque estão em um grupo sem brasileiros. No entanto, os dois campeões da América que são favoritos em uma chave com Melgar, do Peru, e o Patronato, surpresa argentina, serão adversários para querer se fugir nas oitavas. O Olimpia venceu o Clausura paraguaio no ano passado, e tem o comando de Diego Aguirre.
Já o Atlético é mais um na mão de um brasileiro: o experiente Paulo Autuori. O time de Medellín, que conquistou o Apertura colombiano em 2022, e tem a recente Libertadores de 2016 na conta, nunca é um adversário fácil. Nenhum deles está no melhor momento, mas uma boa fase de grupos pode mudar bastante o cenário.
Fonte: O GLOBO
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