Inventário obtido pelo GLOBO traz itens que foram parar diretamente nas mãos de Bolsonaro 'a pedido do presidente'
Segundo documentos obtidos pelo GLOBO, quando decidia ficar com as peças, a prática do ex-presidente era pedir à sua equipe que elas não fossem catalogadas, o que possibilitava apenas um registro genérico. Na lista estão itens como canetas de luxo, pedras raras, um assento massageador e até uma espingarda semi-automática.
No inventário com mais de 9 mil presentes entregues a Bolsonaro, obtido pela reportagem, consta a relação dos itens que, por ordem do então presidente, não passaram pelo procedimento padrão de análise. Nestes casos, ao relatar o recebimento dos presentes, os funcionários do Palácio do Planalto escreviam apenas que "não foi possível detalhar a descrição da peça, uma vez que a mesma foi entregue diretamente ao presidente, a pedido do mesmo, sem passar por este GADH”.
No inventário com mais de 9 mil presentes entregues a Bolsonaro, obtido pela reportagem, consta a relação dos itens que, por ordem do então presidente, não passaram pelo procedimento padrão de análise. Nestes casos, ao relatar o recebimento dos presentes, os funcionários do Palácio do Planalto escreviam apenas que "não foi possível detalhar a descrição da peça, uma vez que a mesma foi entregue diretamente ao presidente, a pedido do mesmo, sem passar por este GADH”.
O GADH é o Gabinete Adjunto de Documentação Histórica, que cuida da avaliação e documentão e tudo o que presidente da República recebe de presente. Questionada sobre a prática, a defesa do ex-presidente não respondeu. Em ocasiões anteriores, negou qualquer irregularidade nas peças incorporadas ao acervo pessoal de Bolsonaro.
Dentre os itens com essa descrição conta uma espingarda da marca Typhoon Defense, semi-automática, de calibre 12. Segundo sites especializados, o preço da arma gira em torno de US$ 500 a US$ 700 (R$ 2.531 a R$ 3.544, no câmbio atual). Além dela, Bolsonaro recebeu dois carregadores, uma bandoleira e um kit de manutenção.
Dentre os itens com essa descrição conta uma espingarda da marca Typhoon Defense, semi-automática, de calibre 12. Segundo sites especializados, o preço da arma gira em torno de US$ 500 a US$ 700 (R$ 2.531 a R$ 3.544, no câmbio atual). Além dela, Bolsonaro recebeu dois carregadores, uma bandoleira e um kit de manutenção.
No resumo do item, há a mensagem que "não foi possível detalhar a descrição, uma vez que o presente ficou sob a guara/posse do Presidente da República, ao ser recebido, conforme descrito no Formulário de Encaminhamento de Presentes". Bolsonaro também ficou com uma caixa de 25 unidades de cartuchos de munição.
O ex-presidente adotou o mesmo procedimento ao levar para casa um assento massageador da marca "Shiatsu PRO", que custa cerca de R$ 1 mil. O item foi confeccionado em plástico, poliéster e metal, em tons de cinza. “Possui controle manual das funcionalidades”, resume o inventário.
Apesar de alardear sua preferênica por canetas da marca Bic, Bolsonaro incorporou ainda ao seu patrimônio privado canetas que custam até R$ 6 mil cada. É o caso de uma Mont Blanc edição especial ‘Walt Disney’, que também não foi detalhada no inventário. O ex-presidente fez o mesmo com outras canetas, como uma 'Crown', maior marca de canetas executivas do Brasil. Em um outro caso, a única descrição é de que a caneta era "dourada".
O ex-presidente ainda ficou com dois troféus, um deles na cor dourada, e não permitiu a avaliação dos itens. Em uma determinada ocasião, o então chefe do Palácio do Planalto foi presenteado com uma amostra de pedras ametistas, uma variedade de quartzo muito usada como ornamento. Também ficou com o item antes mesmo de ter sido catalogado e avaliado pelos funcionários do governo.
Dentre os itens que não passaram pela avaliação da equipe a equipe de patrimônio consta até mesmo um busto do jogador de futebol Mané Garrincha, trajando camisa do clube pelo qual jogava, o Botafogo, com traços em preto e rosto nas cores verde e branca. Esses foram os únicos detalhes anotados. No inventário também consta que “não foi possível detalhar a descrição da peça, uma vez que a mesma foi entregue diretamente ao Presidente, a pedido do mesmo, sem passar por este GADH”.
Outra escultura apropriada pelo ex-presidente é uma representação do Arcanjo Miguel, utilizando uma capa vermelha e armadura, com uma espada em uma mão, uma balança na outra e com um dos pés sobre a representação do demônio. “Apresenta base em tons de marrom, com ornatos em dourado e placa tendo a inscrição ‘ARCANJO MIGUEL’ na frente”, afirma o inventário, sem dizer de qual metal a obra foi feita, nem seu valor estimado.
O presidente ganhou uma segunda escultura em metal, mas os técnicos também não conseguiram avaliar de qual material especificamente era feito. No inventário, escrevem apenas que presentava formato de espada, com punho alongado, fixado em base circular. Outra escultura de metal apresentava uma composição formada por três cabeças fixadas por hastes metálicas em base de mármore. Cada uma das cabeças apresenta representação de uma mão sobrepondo, respectivamente, a orelha, a boca e os olhos.
Ao descrever um quadro recebido pelo presidente, mas que não foi devidamente catalogado, os técnicos do Planalto escreveram apenas que o objeto era "trabalhado em tons de marrom" e que, "sobre a moldura, área inferior, contém uma peça retangular de metal prateado com inscrição gravada". Nesses casos, a equipe do patrimônio não pôde avaliar, por exemplo, se os objetos eram de ouro ou prata, nem se tinham algum valor material ou valor histórico.
Fonte: O GLOBO
O ex-presidente adotou o mesmo procedimento ao levar para casa um assento massageador da marca "Shiatsu PRO", que custa cerca de R$ 1 mil. O item foi confeccionado em plástico, poliéster e metal, em tons de cinza. “Possui controle manual das funcionalidades”, resume o inventário.
Apesar de alardear sua preferênica por canetas da marca Bic, Bolsonaro incorporou ainda ao seu patrimônio privado canetas que custam até R$ 6 mil cada. É o caso de uma Mont Blanc edição especial ‘Walt Disney’, que também não foi detalhada no inventário. O ex-presidente fez o mesmo com outras canetas, como uma 'Crown', maior marca de canetas executivas do Brasil. Em um outro caso, a única descrição é de que a caneta era "dourada".
O ex-presidente ainda ficou com dois troféus, um deles na cor dourada, e não permitiu a avaliação dos itens. Em uma determinada ocasião, o então chefe do Palácio do Planalto foi presenteado com uma amostra de pedras ametistas, uma variedade de quartzo muito usada como ornamento. Também ficou com o item antes mesmo de ter sido catalogado e avaliado pelos funcionários do governo.
Dentre os itens que não passaram pela avaliação da equipe a equipe de patrimônio consta até mesmo um busto do jogador de futebol Mané Garrincha, trajando camisa do clube pelo qual jogava, o Botafogo, com traços em preto e rosto nas cores verde e branca. Esses foram os únicos detalhes anotados. No inventário também consta que “não foi possível detalhar a descrição da peça, uma vez que a mesma foi entregue diretamente ao Presidente, a pedido do mesmo, sem passar por este GADH”.
Outra escultura apropriada pelo ex-presidente é uma representação do Arcanjo Miguel, utilizando uma capa vermelha e armadura, com uma espada em uma mão, uma balança na outra e com um dos pés sobre a representação do demônio. “Apresenta base em tons de marrom, com ornatos em dourado e placa tendo a inscrição ‘ARCANJO MIGUEL’ na frente”, afirma o inventário, sem dizer de qual metal a obra foi feita, nem seu valor estimado.
O presidente ganhou uma segunda escultura em metal, mas os técnicos também não conseguiram avaliar de qual material especificamente era feito. No inventário, escrevem apenas que presentava formato de espada, com punho alongado, fixado em base circular. Outra escultura de metal apresentava uma composição formada por três cabeças fixadas por hastes metálicas em base de mármore. Cada uma das cabeças apresenta representação de uma mão sobrepondo, respectivamente, a orelha, a boca e os olhos.
Ao descrever um quadro recebido pelo presidente, mas que não foi devidamente catalogado, os técnicos do Planalto escreveram apenas que o objeto era "trabalhado em tons de marrom" e que, "sobre a moldura, área inferior, contém uma peça retangular de metal prateado com inscrição gravada". Nesses casos, a equipe do patrimônio não pôde avaliar, por exemplo, se os objetos eram de ouro ou prata, nem se tinham algum valor material ou valor histórico.
Fonte: O GLOBO
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