Empossados, parlamentares do Legislativo paulista vão eleger a Mesa Diretora e o próximo presidente da Casa nesta quarta-feira
Porto Velho, RO - A Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) vai empossar, nesta quarta-feira, os novos deputados eleitos em 2022 numa expectativa de reprodução da polarização que marcou as duas últimas campanhas eleitorais. A próxima Mesa Diretora também será escolhida.
A Casa deve se tornar palco de novos embates entre a esquerda e o bolsonarismo, com o desembarque de aliados de figuras como Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Jair Bolsonaro (PL), Guilherme Boulos (PSOL e Carla Zambelli (PL). As lideranças gozam de enorme popularidade no plano nacional e ajudaram a transferir votos para seus candidatos no âmbito estadual.
Tomé Abduch (Republicanos), organizador de manifestações bolsonaristas em São Paulo, e Bruno Zambelli (PL), irmão da deputada federal mais votada do país, representam a renovação do bolsonarismo na Alesp, que teve em 2018 o protagonismo de Gil Diniz e Douglas Garcia, ambos pelo então PSL. Rompido com a família Bolsonaro, Garcia não conseguiu se reeleger.
Adbuch também é ligado a Carla Zambelli, já que herdou o bastão da coordenação do grupo conservador NasRuas, responsável por convocar manifestantes às ruas para a derrubada da então presidente Dilma Rousseff e, posteriormente, atos pró-Bolsonaro. O empresário do ramo de construção tem confiança particular de Bolsonaro.
Do outro lado, Eduardo Suplicy (PT), aliado histórico de Lula e um dos fundadores do PT, e Ediane Maria (PSOL), que fez dobradinha com Boulos na campanha eleitoral, dão cara nova à bancada à esquerda da Alesp.
Suplicy, que já foi deputado estadual entre 1979 e 1983 e senador por três mandatos consecutivos entre 1991 e 2014, volta à Casa com a maior votação entre os parlamentares: 807 mil votos, bem à frente do segundo lugar, Carlos Giannazi (PSOL), com 277 mil votos.
Já Ediane deve representar uma renovação ainda maior que Suplicy, homem, branco e pertencente a um clã histórico de São Paulo. Mulher negra e liderança do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), ela assume como deputada estadual carregando no currículo o inusual ofício de empregada doméstica.
Mais do que propor projetos de lei voltados à moradia, Ediane diz querer as demandas da população em áreas irregulares e de risco para discutir políticas de habitação. Sua ideia, diz ela, é tornar seu mandato mais aberto ao debate popular.
— Eu sou a primeira empregada doméstica eleita, mas não quero ser a única. Vou lutar para que a Alesp seja ainda mais acessível ao povo — declara ela.
A principal bandeira de Ediane, a moradia, deve ter importância preponderante nesta legislatura, já que o tema é disputado por lideranças da direita paulista. Após o temporal que provocou deslizamentos, inundanções e mortes no Litoral Norte no mês passado, Tarcísio vem repetindo que a regularização e construção de moradias devem ganhar protanismo sob sua gestão.
Já Ediane deve representar uma renovação ainda maior que Suplicy, homem, branco e pertencente a um clã histórico de São Paulo. Mulher negra e liderança do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), ela assume como deputada estadual carregando no currículo o inusual ofício de empregada doméstica.
Mais do que propor projetos de lei voltados à moradia, Ediane diz querer as demandas da população em áreas irregulares e de risco para discutir políticas de habitação. Sua ideia, diz ela, é tornar seu mandato mais aberto ao debate popular.
— Eu sou a primeira empregada doméstica eleita, mas não quero ser a única. Vou lutar para que a Alesp seja ainda mais acessível ao povo — declara ela.
A principal bandeira de Ediane, a moradia, deve ter importância preponderante nesta legislatura, já que o tema é disputado por lideranças da direita paulista. Após o temporal que provocou deslizamentos, inundanções e mortes no Litoral Norte no mês passado, Tarcísio vem repetindo que a regularização e construção de moradias devem ganhar protanismo sob sua gestão.
O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), por sua vez, encampou a questão da moradia em sua busca por uma vitrine eleitoral para o ano que vem.
A bancada bolsonarista "versão 2.0" chega com planos para requentar projetos de lei do antigo PSL que não foram levados adiante. Bruno Zambelli diz que o partido quer retomar a tramitação de 12 a 15 propostas que não vingaram na legislatura passada.
— A questão (da proibição) dos banheiros unissex nas escolas estaduais e o projeto Escola Sem Partido. Vamos apadrinhar esses pleitos para continuar rodando — afirmou.
Os deputados bolsonaristas empossados nesta quarta divergem dos anteriores em relação à beligerância contra os colegas da esquerda — que se tornou marca de deputados como Douglas Garcia (PTB), que enfrentou processos no Conselho de Ética.
— Serei sempre respeitoso com todos, não farei ataques pessoais a ninguém, porém defenderei com muita força meu ponto de vista. O país não precisa mais de polarização — declara Abduch.
Os deputados estaduais que deixam a Alesp marcaram a legislatura passada como a mais polêmica da história. Ao longo dos últimos quatro anos, a Casa ganhou repercussão nacional mais por suas crises de decoro do que pelos projetos aprovados. Houve casos de transfobia, assédio sexual, vazamento de áudios sexistas, ofensas ao Papa Francisco, agressões físicas e dossiês com perseguição a antifascistas.
Assembleia retardatária
Os deputados que tomam posse nesta quarta-feira serão os últimos a assumir seus mandatos em março. Isso porque a própria Alesp aprovou uma lei em 2019 equiparando seu calendário ao do restante do Legislativo nacional, que inicia seus trabalhos em 1º de fevereiro.
A queixa dos deputados é que o início de mandato em março é tardio demais em relação ao calendário. O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), iniciou seu mandato em 1º de janeiro — são 73 dias lidando com uma Assembleia defasada.
Outros parlamentos dão posse e iniciam o ano legislativo em 1º de fevereiro, como a Câmara dos Deputados e o Senado Federal.
Fonte: O GLOBO
A bancada bolsonarista "versão 2.0" chega com planos para requentar projetos de lei do antigo PSL que não foram levados adiante. Bruno Zambelli diz que o partido quer retomar a tramitação de 12 a 15 propostas que não vingaram na legislatura passada.
— A questão (da proibição) dos banheiros unissex nas escolas estaduais e o projeto Escola Sem Partido. Vamos apadrinhar esses pleitos para continuar rodando — afirmou.
Os deputados bolsonaristas empossados nesta quarta divergem dos anteriores em relação à beligerância contra os colegas da esquerda — que se tornou marca de deputados como Douglas Garcia (PTB), que enfrentou processos no Conselho de Ética.
— Serei sempre respeitoso com todos, não farei ataques pessoais a ninguém, porém defenderei com muita força meu ponto de vista. O país não precisa mais de polarização — declara Abduch.
Os deputados estaduais que deixam a Alesp marcaram a legislatura passada como a mais polêmica da história. Ao longo dos últimos quatro anos, a Casa ganhou repercussão nacional mais por suas crises de decoro do que pelos projetos aprovados. Houve casos de transfobia, assédio sexual, vazamento de áudios sexistas, ofensas ao Papa Francisco, agressões físicas e dossiês com perseguição a antifascistas.
Assembleia retardatária
Os deputados que tomam posse nesta quarta-feira serão os últimos a assumir seus mandatos em março. Isso porque a própria Alesp aprovou uma lei em 2019 equiparando seu calendário ao do restante do Legislativo nacional, que inicia seus trabalhos em 1º de fevereiro.
A queixa dos deputados é que o início de mandato em março é tardio demais em relação ao calendário. O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), iniciou seu mandato em 1º de janeiro — são 73 dias lidando com uma Assembleia defasada.
Outros parlamentos dão posse e iniciam o ano legislativo em 1º de fevereiro, como a Câmara dos Deputados e o Senado Federal.
Fonte: O GLOBO
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