O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, deve visitar o Brasil no próximo mês de maio. A vinda de Maduro foi acertada, na semana passada, entre os chanceles dos dois países, Mauro Vieira e Yván Gil, em um encontro realizado paralelamente a uma reunião de ministros de nações ibero-americanas.
Segundo um interlocutor que acompanhou a reunião, durante uma hora os dois chanceleres falaram sobre vários aspectos das relações, que passaram a um outro nível com a reabertura das embaixadas em Brasília e Caracas. Uma preocupação em comum é a retomada dos laços econômicos e comerciais.
A Venezuela já foi um dos dez maiores destinos das exportações brasileiras, que chegaram a US$ 5,1 bilhões em 2008. Em 2022, o total vendido àquele país caiu para cerca de US$ 1 bilhão e, em 2019, a cifra foi de pouco mais de US$ 400 milhões. Os venezuelanos têm grande interesse em importar do Brasil, principalmente, medicamentos e alimentos.
Outro ponto de interesse é a dívida de cerca de US$ 1 bilhão que a Venezuela tem com o Brasil. O valor se refere a exportações de bens e serviços por empresas brasileiras financiadas pelo BNDES.
O primeiro passo para a retomada das relações diplomáticas entre Brasil e Venezuela foi dado em janeiro deste ano. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva enviou uma missão a Caracas, chefiada pelo embaixador Flávio Macieira, com o objetivo de reabrir a embaixada e outros imóveis, que estavam fechados há mais de dois anos, por determinação do então presidente Jair Bolsonaro.
A ida do assessor para assuntos internacionais da Presidência da República, Celso Amorim, consolidou a reaproximação política com o governo daquele país. Amorim foi recebido por Maduro no início deste mês.
Fonte: O GLOBO
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