Casa Legislativa é presidida por deputado governista, o que dificulta articulações para cassação do chefe do Executivo do Estado
Porto Velho, RO - A Assembleia Legislativa do Acre recebeu nesta semana um novo pedido de impeachment do governador Gladson Cameli (PP). A investida tem como fundamento as investigações da Operação Ptolomeu, que fez buscas contra ele no mês passado e tornou públicas suspeitas de desvios na Saúde e na Infraestrutura.
O pedido foi apresentado pelo policial civil Leandro Costa, que é pré-candidato ao Senado pelo Cidadania. Cabe ao presidente da Assembleia Legislativa, Nicolau Júnior (PP), aprovar ou arquivar o requerimento. Correligionário do governador, o deputado chegou a divulgar uma nota de apoio após a operação da Polícia Federal, dizendo acreditar na inocência de Cameli.
“O governador sempre deixou claro, principalmente em suas ações, que não compactua com irregularidades. Por isso deixo aqui meu total apoio”, diz o texto assinado por Nicolau Júnior.
O governador é investigado desde julho pela Polícia Federal, que vê indícios de um suposto esquema de propinas em troca do direcionamento de licitações, contratações superfaturadas e a confirmação de recebimento de mercadorias não entregues e de serviços não prestados na área da Saúde e em obras públicas.
Um relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), que deu o pontapé na investigação, apontou vinte comunicações de movimentações financeiras suspeitas envolvendo o governador, no valor de mais de R$ 828 milhões.
COM A PALAVRA, OS ADVOGADOS TICIANO FIGUEIREDO E PEDRO IVO VELLOSO, QUE DEFENDEM O GOVERNADOR
Gladson nega irregularidades. Em nota, os advogados Ticiano Figueiredo e Pedro Ivo Velloso dizem que a investigação da PF é um ‘emaranhado de assuntos desconexos’.
“Apenas suspeitas são lançadas, nenhuma imputação de crime é realizada. São apenas ilações desconexas”, afirmam. “Todas as suas movimentações financeiras são lícitas e o seu patrimônio tem origem conhecida, seja no âmbito privado, seja na renda auferida em razão das funções públicas ocupadas.”
Fonte: Estadão
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